terça-feira, 5 de outubro de 2010

Doutorado Sanduíche

Finalmente vou começar a escrever sobre o doutorado sanduíche.

Tudo começou algum dia de 2009, quando passei pelo Jayme, meu orientador, em um corredor do NCE (se não me engano eu estava saindo do banheiro e ele entrando) quando ele me perguntou: "Você fala alemão?"

Mais tarde vim entender a razão. Ele é o coordenador do lado brasileiro de um projeto de pesquisa bilateral Brasil-Alemanha. O coordenador do lado alemão é o meu coorientador. Este projeto prevê viagens ao exterior para realização de doutorado sanduíche. E é aí que eu entro, ou melhor, saio. Do País.

No começo de 2010 vim a conhecer o então futuro coorientador, Dieter Rautenbach, no Brasil. Ele passou pouco mais de um mês juntamente com alguns alunos. A visita dele foi bastante produtiva e me deixou animado para a viagem. Depois disso começou a correria para poder viajar. Primeiro, era necessário que eu fizesse meu exame de qualificação, um processo feito normalmente no meio do doutorado para mostrar para uma banca que aquilo que você está fazendo tem algum futuro. Depois disso, pedido pra Capes e outras burocracias inerentes à viagem.

Eu não sei como é para a maioria das pessoas, mas os preparativos foram um bocado estressantes pra mim. Fico cheio das paranóias de que algo vai dar errado. Mas é culpa também da burocracia... Seria bem legal se eu precisasse apenas colocar as roupas na mala e sair, sem me preocupar com passaporte, seguro, etc.

Dia 1º de outubro era o dia da viagem. A tensão começou na véspera, com as malas. Seriam 4 meses na Alemanha, então teria que levar um bocado de coisa. Com isso começou o medo de estourar o limite de peso. Depois ao chegar no aeroporto o funcionário da TAP falou que iam me barrar na imigração por falta de visto (na Alemanha você pode deixar pra pedir o visto de estudo depois de chegar no país). Aí foi aquela tensão até Lisboa, onde eu ia fazer a escala pra depois seguir pra Frankfurt. Chegando em Lisboa, tem aquele tempo até sair do avião e tal e depois segui para a imigração. Depois de 1h na fila, de mostrar passaporte e mais umas 2 cartas, e de umas 3 perguntas básicas, fui liberado \o/

Dali segui já pro portão de embarque pra Frankfurt. O avião era meio feinho, com as poltronas meio gastas, mas era de se esperar que fosse pior que o avião anterior, afinal, era uma viagem de menos de 3h, contra as cerca de 9h até Lisboa, com filminho, vinho e tudo mais.

Chegando em Frankfurt, fiquei até meio desnorteado. O aeroporto era gigantesco, tinha aviões bizarramente grandes, inclusive o maior avião do mundo. Os maiores aviões eram da Lufthansa, empresa que é responsável pela maior parte dos voos do aeroporto. Aliás, a quantidade de voos do aeroporto era outra coisa impressionante. Na imagem abaixo, pode-se ver a listas dos voos com chegada em um intervalo de duas horas e meia.


Antes de prosseguir, eu ainda tinha que esperar o Jayme chegar, pois seguiríamos juntos de trem para Ulm. O voo dele chegaria 2h depois do meu, então deu tempo de tentar ligar para o Brasil, de comer alguma coisa,


de achar um brasileiro batendo papo com um espanhol e também de encontrar a prima alemã da Época:


Depois que o Jayme chegou, seguimos, juntamente com minhas duas malas gigantes, para o trem. O processo de entrar no trem carregando duas malas grandes foi menos traumático do que o esperado e, apesar dos 20 minutos de atraso iniciais, mais os outros 40 minutos de atraso no decorrer da viagem, foi tudo tranquilo. Vale ressaltar que o atraso foi algo atípico e mais ou menos raro na Alemanha. Depois de chegar já fui duas vezes à estação e eles foram extremamente pontuais.

Fora isso, o dia terminou com o jantar, que foi um Rostbraten vom Allgäuer Rind mit Käsespätzle, Röstzwiebel, Maultäschle und Bratensoße, como pode ser visto na figura a seguir


devidamente acompanhado de uma Memminger Premium:


Bom, depois conto mais =)

Fatos curiosos:
- Fui em um mercado com um aluno daqui da Alemanha e para nossa surpresa quase todos os produtos estavam em Russo ou em algo similar;
- A neblina matinal só vai embora por volta das 13h;
- Meu orientador alemão é casado com uma brasileira;
- Ulm é no sul, o que poderia ser bom em termos de temperatura, mas é uma cidade alta, então compensa e a neve deve ser significativa;
- A culinária alemã, até agora, me agrada;
- A universidade de Ulm é a mais alta (em altitude, não em altura) da Alemanha;
- A catedral de Ulm é a mais alta (em altura, não em altitude) da Alemanha.

7 comentários:

  1. E que diabos é um Rostbraten vom Allgäuer Rind mit Käsespätzle, Röstzwiebel, Maultäschle und Bratensoße ?

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  2. Po, até tirei uma foto =P

    Basicamente é um bife respeitável, com um negócio que é feito a partir de uma massa e de queijo (tipo um macarrão misturado com queijo derretido), cebola torrada de um jeito que conseguiu deixá-la gostosa (não gosto muito de cebola), uma massa recheada com alguma coisa de legume/verdura e um molho feito com temperos diversos, leite, manteiga e farinha pra engrossar...

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  3. Nem é padaria... Aquilo é no aeroporto... Imagina a padaria ;-)

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  4. O que mais cansou na minha viagem para lá, foi atravessar o aeroporto com as malas. E na esteira, dezenas de alemães andando apressados e passando na minha frente.

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