quarta-feira, 27 de outubro de 2010

X-Burguer

Novidade: essa semana descobri que a bolsa já entrou! Agora posso dormir mais tranquilo por saber que não vou ser despejado nem passar fome! A parte difícil foi descobrir quais eram os botões que eu tinha que apertar pra ver o saldo e depois pra fazer saque :-)
Precisei ir ao caixa duas vezes e usar o dicionário, mas entre mortos e feridos salvaram-se todos =D

Mas se tudo correr bem, até a volta pro Brasil vou saber um pouco mais de alemão e essas coisas vão ficar mais fáceis... Tenho estudado todos os dias (ouvindo umas lições que o Mentel recomendou).

Sexta-feira consegui destruir a câmera. Ela estava em meu bolso e provavelmente eu esbarrei no botão de ligar. A lente tentou abrir encontrou resistência e... puft. Mas ok, já estou com outra e devendo vários euros pra Debora =P

Antes de pifar, ela foi bem utilizada... Tem um bocado de fotos. Tirei foto inclusive da minha nova coleção de moedas de euro:


As que estão bagunçadas à direita, são repetidas. As demais estão divididas em linha, cada linha de um valor. Tem várias de cada porque a parte de trás da moeda depende do país onde ela foi emitida. Além disso, tem o ano, então, se você coleciona mesmo, é mais uma coisa pra prestar atenção. Mas depois devo restringir essa coleção de algum jeito, porque está ficando cara =P
Mas é bom arrumar hobbies quando você está longe de casa, sem falar o idioma local e sem conhecer praticamente ninguém, mas nesse caso a coleção já é um hobby mais antigo.

Aproveitando que já estou com "a mão na massa" vou aproveitar para colocar mais duas fotos. Depois jogo um bocado de uma vez no Picasa.
No primeiro final de semana, assim que cheguei, fui com o Jayme, meu orientador brasileiro, Dieter, meu orientador alemão, e o Philipp, um aluno de doutorado aqui, até Füssen, conhecer o castelo de Neuschwanstein, um castelo construído por um imperador da Baviera. Esses são meus orientadores:


E esse é o castelo:


Mas de turismo mesmo só fiz isso, até agora. As novidades que tenho visto são coisas bobas do cotidiano são: aprender a pegar ônibus, onde descer, como sacar dinheiro em banco, fazer compras no mercado e assim por diante, além do idioma. O mais próximo de turismo que fiz foi bater perna na rua onde estão todas as lojas grandes da cidade, pra não morrer de tédio em casa no final de semana. Mas nos feriados de Natal e Ano Novo viajarei com a Debora aqui pelas "redondezas" :-)

Fora isso, meu dia-a-dia tem sido trabalho. Descobri que já tinham feito algo muito parecido com o que eu estava escrevendo no meu paper, então teremos que começar da estaca zero. Atualmente, estamos eu, Philipp e Dieter ainda discutindo o que estudaremos, com reuniões mais ou menos dia sim dia não, e lendo um bocado de artigos sobre o assunto da vez, para decidir exatamente qual problema atacar.

A lista para próximos posts continua:
- Rio Danúbio
- Biblioteca Municipal

Ah, e pra quem não entendeu o título do post, é um "sanduíche" ;-)


sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Novidades


Volta e meia lembro de alguma coisa pra escrever aqui, mas como não estou no computador acabo esquecendo ou ficando com preguiça. Estava procurando onde fica exatamente um supermercado aqui perto e resolvi achar o lugar onde eu estou:


É um antigo mosteiro, que agora é parte da universidade, parte asilo, parte museu e mais alguma(s) outra(s) coisa(s). O meu apartamento é até maior do que eu esperava... só uso mais ou menos metade do espaço dele. Estou morando sozinho e o aluguel é até razoável, 300 euros por mês.

Daqui pra universidade tenho que ir de ônibus, são 24 minutos de viagem (sim, cronometrados, inclusive tem hora pra pegar o ônibus e no ponto tem a tabela com todos os horários). Além disso os pontos são identificados por nomes e dentro do ônibus avisa qual é o próximo e em boa parte deles mostra uma imagem com os pontos seguintes e o tempo de viagem até cada um deles. A imagem abaixo mostra a placa do ponto Hauptbahnhof, a lista dos ônibus que passam e a tabela dos horários.

Outra coisa interessante é que você pode comprar passes semanais ou mensais, que valem muito a pena. Cada viagem custa 1,90 euros (é um preço salgado se for fazer a conversão pra real, mas é uma das únicas coisas bem mais caras aqui). Se você compra um passe semanal e usa 9 vezes (por exemplo, vai pra universidade os 5 dias da semana), já compensa. E tem o passe mensal também, que é mais ou menos o valor de 3 semanas. Nessas horas eu fico triste em pensar no metrô do Rio, por exemplo, onde você pode comprar um bilhete pra várias viagens mas não recebe nenhum incentivo ou desconto por isso. O argumento provavelmente deve ser que você isso é bom pra você, já que só precisa entrar na fila uma vez, mas isso é vantagem pro metrô, que precisa de menos funcionários na bilheteria. Falando em bilhete, muitos pontos de ônibus por aqui tem máquinas onde você pode comprar seu bilhete (e nem precisa mostrar pro motorista, em geral). Quando não tem, é só pagar pro motorista mesmo que ele te dá o bilhete.

Curiosidades:
- Os alemães andam rápido! Não sei se é costume pra ficar pouco tempo no frio, se é porque a estatura média deles é maior e portanto têm pernas mais compridas, mas eu sei que eles andam rápido!
- A temperatura média aqui do outono é mais ou menos igual aos dias mais frios do ano no Rio.
- A previsão para os próximos dias é de frio. Devo enfrentar os zero graus ainda esse mês.
- Ulm, a cidade onde eu estou, é a cidade natal de Albert Einstein.

Nos próximos posts:
- Rio Danúbio
- Biblioteca Municipal

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Doutorado Sanduíche

Finalmente vou começar a escrever sobre o doutorado sanduíche.

Tudo começou algum dia de 2009, quando passei pelo Jayme, meu orientador, em um corredor do NCE (se não me engano eu estava saindo do banheiro e ele entrando) quando ele me perguntou: "Você fala alemão?"

Mais tarde vim entender a razão. Ele é o coordenador do lado brasileiro de um projeto de pesquisa bilateral Brasil-Alemanha. O coordenador do lado alemão é o meu coorientador. Este projeto prevê viagens ao exterior para realização de doutorado sanduíche. E é aí que eu entro, ou melhor, saio. Do País.

No começo de 2010 vim a conhecer o então futuro coorientador, Dieter Rautenbach, no Brasil. Ele passou pouco mais de um mês juntamente com alguns alunos. A visita dele foi bastante produtiva e me deixou animado para a viagem. Depois disso começou a correria para poder viajar. Primeiro, era necessário que eu fizesse meu exame de qualificação, um processo feito normalmente no meio do doutorado para mostrar para uma banca que aquilo que você está fazendo tem algum futuro. Depois disso, pedido pra Capes e outras burocracias inerentes à viagem.

Eu não sei como é para a maioria das pessoas, mas os preparativos foram um bocado estressantes pra mim. Fico cheio das paranóias de que algo vai dar errado. Mas é culpa também da burocracia... Seria bem legal se eu precisasse apenas colocar as roupas na mala e sair, sem me preocupar com passaporte, seguro, etc.

Dia 1º de outubro era o dia da viagem. A tensão começou na véspera, com as malas. Seriam 4 meses na Alemanha, então teria que levar um bocado de coisa. Com isso começou o medo de estourar o limite de peso. Depois ao chegar no aeroporto o funcionário da TAP falou que iam me barrar na imigração por falta de visto (na Alemanha você pode deixar pra pedir o visto de estudo depois de chegar no país). Aí foi aquela tensão até Lisboa, onde eu ia fazer a escala pra depois seguir pra Frankfurt. Chegando em Lisboa, tem aquele tempo até sair do avião e tal e depois segui para a imigração. Depois de 1h na fila, de mostrar passaporte e mais umas 2 cartas, e de umas 3 perguntas básicas, fui liberado \o/

Dali segui já pro portão de embarque pra Frankfurt. O avião era meio feinho, com as poltronas meio gastas, mas era de se esperar que fosse pior que o avião anterior, afinal, era uma viagem de menos de 3h, contra as cerca de 9h até Lisboa, com filminho, vinho e tudo mais.

Chegando em Frankfurt, fiquei até meio desnorteado. O aeroporto era gigantesco, tinha aviões bizarramente grandes, inclusive o maior avião do mundo. Os maiores aviões eram da Lufthansa, empresa que é responsável pela maior parte dos voos do aeroporto. Aliás, a quantidade de voos do aeroporto era outra coisa impressionante. Na imagem abaixo, pode-se ver a listas dos voos com chegada em um intervalo de duas horas e meia.


Antes de prosseguir, eu ainda tinha que esperar o Jayme chegar, pois seguiríamos juntos de trem para Ulm. O voo dele chegaria 2h depois do meu, então deu tempo de tentar ligar para o Brasil, de comer alguma coisa,


de achar um brasileiro batendo papo com um espanhol e também de encontrar a prima alemã da Época:


Depois que o Jayme chegou, seguimos, juntamente com minhas duas malas gigantes, para o trem. O processo de entrar no trem carregando duas malas grandes foi menos traumático do que o esperado e, apesar dos 20 minutos de atraso iniciais, mais os outros 40 minutos de atraso no decorrer da viagem, foi tudo tranquilo. Vale ressaltar que o atraso foi algo atípico e mais ou menos raro na Alemanha. Depois de chegar já fui duas vezes à estação e eles foram extremamente pontuais.

Fora isso, o dia terminou com o jantar, que foi um Rostbraten vom Allgäuer Rind mit Käsespätzle, Röstzwiebel, Maultäschle und Bratensoße, como pode ser visto na figura a seguir


devidamente acompanhado de uma Memminger Premium:


Bom, depois conto mais =)

Fatos curiosos:
- Fui em um mercado com um aluno daqui da Alemanha e para nossa surpresa quase todos os produtos estavam em Russo ou em algo similar;
- A neblina matinal só vai embora por volta das 13h;
- Meu orientador alemão é casado com uma brasileira;
- Ulm é no sul, o que poderia ser bom em termos de temperatura, mas é uma cidade alta, então compensa e a neve deve ser significativa;
- A culinária alemã, até agora, me agrada;
- A universidade de Ulm é a mais alta (em altitude, não em altura) da Alemanha;
- A catedral de Ulm é a mais alta (em altura, não em altitude) da Alemanha.